O papel do Brasil e dos gov. locais frente às mudanças climáticas (21/11)
As mudanças climáticas são um dos maiores desafios enfrentados
atualmente. Para discutir este assunto e o papel do Brasil e dos
governos locais frente a essa questão, o “Terça Astronômica” recebe o
prof. Daniel Brianezi, do Departamento de Ciência e Tecnologia Ambiental
do CEFET-MG.
A palestra será no dia 21 de novembro, às 19h, no auditório 201, localizado no prédio 20 do Campus Nova Gameleira (Campus II). Devido a uma obra na entrada principal do campus, a entrada está ocorrendo na Rua Independência (rua lateral). Após a palestra, das 20h às 21h, teremos observação astronômica de Saturno e de alguns aglomerados de estrelas. O evento é aberto ao público interno e externo, gratuito e sujeito à lotação do auditório. A palestra também terá transmissão ao vivo pelo canal GEDAI BH, no YouTube.
Resumo da palestra
As mudanças climáticas são um
dos maiores desafios enfrentados atualmente. As emissões de Gases de
Efeito Estufa (GEE) na atmosfera trazem diversos impactos, sejam no
bem-estar social e ao meio ambiente. De acordo com o Sexto Relatório de
Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (AR6),
lançado em 2022, se o aquecimento terrestre, entre os anos de 2030 e
2052, ultrapassar o valor estimado de 1,5°C, serão observados efeitos
muito mais severos e irreversíveis do que atualmente. Estima-se que 350
milhões de pessoas enfrentarão escassez de água até 2030, e até 14% das
espécies de animais terrestres estarão em risco de extinção. Ainda
segundo o relatório, é previsto que ao ultrapassar o limite de
aquecimento de 1,5°C, aumenta-se a probabilidade de eventos de alto
impacto, como a morte massiva de florestas, o que transformaria
sumidouros essenciais de carbono em fontes de emissão, e o aumento à
exposição aos perigos de populações pobres e vulneráveis, e a
consequente restrição de sua habilidade de se adaptar às mudanças
climáticas. Assim, torna-se importante que entes federativos se
comprometam e adotem ações de combate às mudanças climáticas,
desenvolvendo políticas efetivas e adequadas que colaborem para a
resiliência urbana. Na 26ª Conferência das Partes (COP) ocorrida em
novembro de 2021, em Glasgow, Escócia, o Brasil assumiu o compromisso de
reduzir em 50% suas emissões de carbono até 2030, atualizando sua meta
anterior de 43% do Acordo de Paris, além de assinar a Declaração dos
Líderes sobre Florestas e o Compromisso Global de Metano. Durante a
conferência, estiveram presentes representantes de algumas cidades
brasileiras, como Belo Horizonte, demonstrando que governos locais têm
assumido cada vez mais o papel de protagonista nas discussões
climáticas, comprometendo-se a reduzir os investimentos em combustíveis
fósseis e mitigarem suas emissões de GEE até 2030. Além disso, em 2021,
Minas Gerais tornou-se o primeiro estado da América Latina e do Caribe a
aderir à campanha Race to Zero tendo o objetivo de alcançar emissões
líquidas zero de gases de efeito estufa até o ano de 2050. Assim,
visando a criação de subsídios para definição de metas e mecanismos de
atuação, alguns municípios têm desenvolvido políticas e planos de ação
climática que envolvem a elaboração de Inventários de GEE. Deste modo, a
palestra tem como objetivo abordar e discutir o papel relevante que o
Brasil e os governos locais, em especial Minas Gerais e Belo Horizonte,
possuem para a mitigação e adaptação climática..
Sobre o palestrante:
Daniel Brianezi
Engenheiro Florestal, mestre e doutor em Ciência
Florestal pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Professor efetivo
do Departamento de Ciência e Tecnologia Ambiental (DCTA) do Centro
Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG). Atua na área
de Economia Ambiental, em que desenvolve pesquisas relacionadas a
Serviços Ambientais e Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), com
ênfase em projetos de carbono, biomassa e carbono florestal, inventário e
neutralização de gases de efeito estufa. Além disso, possui experiência
em certificações ambientais, em especial ISO 14.001, certificação
florestal FSC e padrões de certificação agrícola. O pesquisador é
parecerista Ad hoc de periódicos nacionais e agências de fomento. (Texto informado pelo autor)